quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Caosbismo
Agora era todas as coisas
As casas ao sol e a sombra alisando a montanha
A ladeira e o desejo de rolar nu sobre ela
Todas as moças a varrer em uníssomo
7 quarteirões seguidos
A música recatada em um bilhão de fones
O rosto triste e a risada estrelada
na multidão ornada de vazio
A fumaça do incenso viajando desenbestada
em seu rastro fugaz de perfume
Sou a moto veloz circundando a ribanceira
e a menina negra a caminhar em seus chinelos
serenamente a mascar gomos de mexerica
A floresta lendária que já existiu
e o velho repensando a vida,
mil anos após minha morte
Uma piada contada por um alienígena anos-luz daqui
e a risada inaudita impensável
O enigma do hexágono de saturno
As bolhas de ar congeladas
nas águas profundas de Europa
Os vulcões transbordando em Io
A superfície de metano gelatinoso em Titã
Coxas, cabelos, dentes, hálitos
O descascar e o revestir dos tecidos
O grito do orgasmo, o tesão frustrado
A criança nascendo e o cão dormindo
na quentura do asfalto
A sensação dos dedos a folhear páginas,
clicar mouses, apertar gatilhos, digitar teclas
espremer espinhas, apontar caminhos
Uma espécie de peixe que sabe contar até 4
Um macaco vencendo um homem num jogo
Um junkie aloprado suando sem parar
Os papiros queimados em Alexandria
antes do fogo os queimar
Sou o desdito, o desfeito
O silêncio antes da idéia
A ausência da linguagem
Era agora a anti-coisa inacabando
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