terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Lughnasadh



Teologia sem mistério


A igreja inventou o verbo excomungar

no dia em que o Diabo inventou o padre

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Expresso no inferno

Meditação ás pressas
Currículo medíocre
Cachaça carioca
Vassoura Pop

Pá com cisco
Tabaco fedido
Niilismo exposto

Alma
propositadamente
mal vestida

Homem bomba
inrustido

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

E que venha a aurora

Desfecho

Fecho as imagens de antes e o esqueminha de repeti-las
num padrão idiota e batido

Fecho a porta na cara do homem que tanto se orgulha de ser homem
e se esquece do orgulho de ser mulher, criança, idoso, animal, vegetal, mineral, mantra
Que morra engasgado com seu próprio pinto enquanto assobia sua baboseira hipócrita

Fecho o rombo na fachada do engravatado, no buraco entre o seu sorriso e seu papo adocicado, fecho minha mão em torno da sua e aperto com força, só pra ter certeza se tamanho nada
é capaz de alguma densidade

Fecho a boca e a vontade de falar e escrever e viver engarrafado
pra ser então derramado garganta abaixo, mais uma vez pra dentro
mais uma vez engarrafado em mim

Fecho essa baboseira que você já leu e que escrevi, fecho essa tela, fecho essa noite
dentro deste dia, fecho este ziper aberto e sem sentido, este olho fundo
e também o outro

Fecho esta morte dentro desta vida, fecho a cortina de silêncio, o desespero chovido
Fecho o desejo de morrer
a me desejar

Fecho a porta da noite anterior