Fecho as imagens de antes e o esqueminha de repeti-las
num padrão idiota e batido
Fecho a porta na cara do homem que tanto se orgulha de ser homem
e se esquece do orgulho de ser mulher, criança, idoso, animal, vegetal, mineral, mantra
Que morra engasgado com seu próprio pinto enquanto assobia sua baboseira hipócrita
Fecho o rombo na fachada do engravatado, no buraco entre o seu sorriso e seu papo adocicado, fecho minha mão em torno da sua e aperto com força, só pra ter certeza se tamanho nada
é capaz de alguma densidade
Fecho a boca e a vontade de falar e escrever e viver engarrafado
pra ser então derramado garganta abaixo, mais uma vez pra dentro
mais uma vez engarrafado em mim
Fecho essa baboseira que você já leu e que escrevi, fecho essa tela, fecho essa noite
dentro deste dia, fecho este ziper aberto e sem sentido, este olho fundo
e também o outro
Fecho esta morte dentro desta vida, fecho a cortina de silêncio, o desespero chovido
Fecho o desejo de morrer
a me desejar
Fecho a porta da noite anterior
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